Tentativa de assassinato do ex-governador Tarcísio Burity será julgado pelo Tribunal de Justiça da Paraíba
O pleno do Tribunal de Justiça aprecia na sessão da próxima
quarta-feira o processo do caso Gulliver, que trata da tentativa de
assassinato do ex-governador Tarcísio Burity, em 1993, pelo então
governador Ronaldo Cunha Lima. Ainda não será desta vez o julgamento do
mérito. O que consta da pauta são os embargos infringentes movidos pelo
acusado.
O caso Gulliver está em andamento no 1º Tribunal do Júri da Capital,
desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) enviou o processo para a
Paraíba. O juiz decidiu mandar Ronaldo a júri popular, mas a defesa
recorreu ao Tribunal de Justiça. O recurso passou pela Câmara Criminal e
agora será analisado pelo Pleno do TJPB.
O processo vem se arrastando há 17 anos. O caso já
passou pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal
Federal (STF). Foi remetido para a Paraíba com a renúncia de Ronaldo do
cargo de deputado federal. A tentativa de assassinato do ex-governador
Tarcísio Burity ocorreu no dia 5 de novembro de 1993, no interior do
restaurante Gulliver, em João Pessoa.
Em depoimento para o livro do jornalista Biu Ramos
sobre o atentado do Gulliver, o ex-governador Burity disse que só
escapou de morrer porque não era o seu dia. "Deus não quis que eu
morresse naquele dia". Foram dois tiros disparados por Ronaldo contra
Burity. "Com o impacto do primeiro tiro eu sou violentamente empurrado
para cima da mesa e o segundo tiro passa triscando o meu peito esquerdo,
acima do coração e atinge o meu paletó", revelou Burity.
Segundo a denúncia apresentada no processo, "os
disparos foram feitos com o inequívoco intuito de matar, só não logrando
o agressor alcançar o seu intento por razões alheias à sua vontade". O
recurso que o Pleno do TJ irá analisar tem como relator o desembargador
João Benedito da Silva.