- Parentes e bombeiros buscam por sobreviventes entre os escombros na cidade de Concepción
Depois do terremoto de 8,8 graus que abalou o Chile na madrugada do último sábado (27), o país foi atingido na noite deste domingo (28) por três novas replicas de mais de 5 graus de magnitude na escala aberta de Richter, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).
Os tremores foram sentidos nas regiões do Maule e de Bío-Bío, as duas áreas mais castigadas pelo terremoto do último sábado. Os dois tremores mais potentes, de 5,8 e 5,4 graus, foram registrados às 22h10 e 23h44 respectivamente, a 95 e 30 quilômetros de Talca, na região do Maule. O epicentro do primeiro foi localizado a 35 graus latitude sul e 72,6 graus longitude leste, a 26 quilômetros de profundidade sob o nível do mar. Enquanto o segundo foi localizado a 35,1 graus latitude sul e 71,7 graus longitude leste, a 42,6 quilômetros de profundidade sob o nível do mar.
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- Com medo de tremores, chilenos dormem nas ruas
Um terceiro movimento telúrico, de 5,1 graus, foi registrado às 0h07, a 80 quilômetros de Chillan, na região de Bío-Bío. Seu epicentro foi localizado a 36,1 graus latitude sul e 72,7 graus longitude leste, a 40 quilômetros de profundidade sob o nível do mar.
O governo chileno também confirmou na noite de ontem que o número de mortos no terremoto de sábado já chega a 711. A maioria das mortes se concentram justamente nas regiões do Maule e de Bío-Bío. Em Maule, 541 pessoas morreram, enquanto no Bío-Bío, o número de mortos chegou a 64.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou neste domingo um plano de emergência para ajudar os dois milhões de desabrigados pelo terremoto e declarou zona em estado de catástrofe as regiões do Maule e de Bío-Bío.
Equipes de resgate atuam com cautela por receio dos novos tremores. Mais de noventa terremotos de magnitude 5 ou maior atingiram a região após o tremor de sábado.
O Chile calcula os estragos provocados por um dos maiores terremotos da história, que deixou 2 milhões de desabrigados, além de vários alarmes para tsunamis, inclusive no Japão, do outro lado do oceano Pacífico. Cerca de 1,5 milhão de casas foram afetadas pelos tremores, que também foram sentidos no Brasil. As autoridades declararam parte do país como zona de catástrofe.
Michelle Bachelet, que deve deixar a Presidência em 11 de março, anunciou na noite deste domingo que o país irá aceitar a ajuda oferecida por vários países. Ontem, o presidente americano, Barack Obama, disse que o Chile é um "amigo próximo" e que os EUA estão "'prontos a ajudar".
Segundo a presidente, o país necessita com urgência de hospitais móveis, plantas de purificação de água e especialistas em análise de danos. Ela também pediu o envio de mais homens para as equipes de resgate e para os esforços de reconstrução após o tremor.
A capital Santiago, a cerca de 320 quilômetros do epicentro, foi atingida duramente pelo sismo. O aeroporto internacional está parcialmente fechado por pelo menos 24 horas, uma vez que o terremoto destruiu calçadas e quebrou vidros de portas e janelas.
O metrô da capital foi fechado e os transportes ficaram limitados por causa das centenas de ônibus que ficaram presos devido a uma ponte que foi danificada pelo tremor.
Segundo a polícia, mais de cem pessoas morreram em Concepcion, a maior cidade da área próxima do epicentro, com cerca de 200 mil habitantes. Muitas ruas da cidade ficaram cobertas de escombros, e centenas de detentos escaparam da penitenciária após o tremor.