segunda-feira, 1 de março de 2010

Nos Jogos do esporte acontece de tudo. Jogador do Treze chama maqueiro de negro, mas é perdoado pela vítima na delegacia


O jogo entre Esporte de Patos e Treze não terminou neste domingo(28) no Estádio Municipal José Cavalcanti, e sim na 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Patos. O atacante Da Silva, camisa 9, foi acusado de ter praticado crime de racismo contra o maqueiro, Raimundo Emanuel Ribeiro, 23 anos.
Segundo a vítima, ao carregar para fora do gramado o jogador que se machucou durante a partida, este não teria gostado do fato de ter sido levado para o lado da torcida do Esporte e o teria chamado de "negro" e ainda chutado o outro maqueiro conhecido por Gil que presenciou a ofença juntamente com dois policiais que estavam ao lado.
Na mesma hora, Da Silva foi detido e levado para Delegacia, mas lá acabou sendo liberado, mesmo tendo cometido crime inafiançável pelo fato da vítima ter sido convencida por policiais e membros da Diretoria do Treze a não prestar queixa contra o atacante, pois caso contrário, ele seria preso em flagrante e levado para o Presídio Regional de Patos onde iria responder pelo crime de racismo.
O maqueiro e o atacante foram levados para uma sala reservada da delegacia e ao final da reunião a vítima acabou o perdoando. Da Silva pediu perdão e disse que estava arrependido e envergonhado pelo que fez. "Prometo jamais falar nada nesse sentido. Vou procurar apagar isso da minha carreira".
O maqueiro saiu da sala desconcertado e não soube explicar à reportagem por que não prestou queima por crime de racismo mesmo se dizendo vítima. O fato foi presenciado pelo outro maqueiro Gil que ficou inconformado com o colega por este não ter registrado o Boletim de Ocorrência. "Estou aqui apenas como testemunha do crime que eu presenciei. Mas cabe a ele a decisão de levar o caso adiante ou não. Me senti ofendido também por ser negro," disse Gil.
Na parte de fora da Delegacia, alguns torcedores que acompanhavam o desenrolar dos fatos acabaram ficando revoltados pelo fato do maqueiro não ter registrado queixa contra o jogador.
Mas as confusões não pararam por ai. Com os ânimos alterados, o preparador físico do Treze, Bruno, acabou também sendo detido e levado para Delegacia por desacato a autoridade a um policial militar quando ele tentava sair do gramado pelo portão lateral e acabou sendo impedido pelo Militar. O policial registrou um Boletim de Ocorrência.
Em campo o jogo terminou em 2x1 para o Treze. Vitória dentro e fora dos gramados.