quinta-feira, 5 de maio de 2011
Coronel diz que polícia está sendo usada como escora da sociedade de Patos
O aumento da violência em Patos, sobretudo o número de assassinatos registrados este ano(17), mostra que nem sempre o trabalho de segurança eficaz é páreo para o crime organizado que está enraizado na cidade. Para o comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar, coronel José Almeida Rosas, o crime não é apenas questão de segurança e sim um problema social.
De acordo com o coronel, as polícias têm feito o seu trabalho e podem ser considerados verdadeiros heróis os policiais que estão na rua, muitas das vezes sem condições. Ele disse que a PM tem intensificado o trabalho de repressão ao crime organizado, sobretudo o tráfico de drogas, mas que a guerra só será vencida quando a sociedade se transformar parceira da polícia.
Ele disse que a maioria das mortes é de crimes já encomendados. Almeida disse que muitas pessoas estão andando mortas pelas ruas e não sabem, numa referencia dos que estão marcados para morrer na cidade. Para Rosas, nunca se prendeu e apreendeu tanto em Patos como nos últimos quatro meses.
"A polícia tem feito seu trabalho a ponto de não ter mais nem folga, pois está sempre na rua. Não tenho como mais exigir dos policiais que são verdadeiros heróis. O problema maior está dentro de casa. Enquanto se mata um, dois, três envolvidos com as drogas, amanhã surgem mais e mais viciados que no futuro estarão marcados para morrer. É isto que estamos assistindo em Patos", acredita ele.
Para o coronel, muitas das vezes a polícia está sendo usada como escora da sociedade que se exime e se esconde do problema que também é dela. "O problema maior está dentro das famílias. Os pais precisam cuidar melhor de seus filhos para que eles não caiam nas drogas e depois a responsabilidade sobrecaia sobre a polícia", disse.
Coronel Almeida disse que está convicto que não adianta a polícia está na rua quando os pais não cuidam do bem-estar dos seus filhos. "A polícia vem sendo usada como escora da sociedade como se toda a responsabilidade fosse nossa. Enquanto a sociedade pensar que tudo se resolve apenas com a polícia na rua, não iremos vencer esta guerra", acredita.
Assassinatos aumentam em Patos e já preocupam autoridades
Os dados computados pelo Hora Exata mostram que a violência piorou com relação aos últimos dois anos no primeiro trimestre na cidade. Em 2009, foram computados 11 assassinatos nos quatro primeiros meses contando até o dia 3 de maio, enquanto que em 2010 foram 14.
O número de homicídios deste ano(17 no total) só não é maior que 2008 quando neste mesmo período foram registrados 24 homicídios. Apesar do esforço concentrado da polícia, pelo menos o número de homicídios ainda não foi possível apresentar a sociedade números mais animadores.
Por aqui continua matando gente a cada 7 dias. De acordo com o delegado Regional Cristiano Jacques, está acontecendo uma ascendência criminosa no decorrer dos anos em toda a Paraíba, como mostra os dados colhidos pela delegacia.
Segundo Almeida, os órgãos de segurança pública estão fazendo um trabalho extraordinário. "Esperamos que até o final do ano a gente possa diminuir os índices de criminalidade em Patos", disse ele.
A Paraíba já registrou 571 homicídios, somente nos primeiros quatro meses de 2011, (quase cinco por dia). O número é 23,32% maior do que o registrado no mesmo período de 2010, com 463 homicídios, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.
Este ano, o mês mais violento, até agora, foi março, com 157 ocorrências, 27,49% do total. O crescimento das mortes está diretamente ligado ao tráfico de drogas.
A Secretaria de Segurança informou que está preparando novas ações para tentar diminuir o número de homicídios e outros crimes na capital.
De acordo com a Secretaria de Segurança, os números são preocupantes e refletem uma curva de crescimento evidenciada nos últimos 11 anos. Segundo a assessoria do órgão, o efetivo policial que atua no trabalho de repressão qualificada, já foi ampliado.