O delegado da Polícia Federal Bráulio do Carmo Vieira de Melo foi preso nesta madrugada após sacar sua pistola 9mm e atirar em um estacionamento em frente à boate do restaurante Getúlio Vargas, na avenida de mesmo nome, em Cuiabá.
O disparo atingiu de raspão um estudante de 22 anos que abria a porta do seu automóvel, um Astra preto. O tiro chamou a atenção de populares que acionaram a Polícia Militar e uma viatura que passava pelo local acabou detendo o delegado, que aparentava estar embriagado.
Até então, os PMs não sabiam que o tiro havia atingido alguém. O delegado estava acompanhado de um agente federal que serviu de testemunha.
A alguns metros dali, os policiais se depararam com o estudante que percebeu ter sido atingido por estilhaços. Um carro do Samu chegou a ser acionado, mas não foi necessário medicá-lo.
De lá, o delegado federal foi levado até o Plantão Metropolitano que funciona na Delegacia do Planalto para ser autuado em flagrante por três crimes (tentativa de homicídio, desacato e ameaça), de acordo com o boletim de ocorrência.
Conforme os militares, o delegado federal cometeu desacato, dizendo palavras de baixo calão e que todos "se ferrariam" caso o prendessem. A pistola 9mm foi apreendida e anexada ao boletim de ocorrência.
Lesão corporal
Tanto os PMs como o estudante não conseguiam entender o motivo do delegado federal ter atirado, pois a vítima garantiu que não o conhecia e tampouco o encontrou ou teve atritos dentro da boate da qual saía.
Agora há pouco, o delegado Jeferson Dias Chaves, do Plantão Metropolitano informou ao Midianews que os indícios apontam para um outro crime - lesão corporal por arma de fogo, além do desacato e ameaça.
"Temos que analisar a intenção de quem atirou. Além disso, a vítima foi atingida por estilhaços que causaram lesão", informou. O crime é inafiançável.
Desde a detenção, a Corregedoria da Polícia Federal foi informada do ocorrido. Um corregedor está acompanhando o caso.