O aquartelamento dos militares de Alagoas foi decidido para o dia 7 de abril por unanimidade na tarde desta terça-feira (31) durante a assembleia geral unificada da categoria, no Clube dos Subtenentes e Sargentos, no Trapiche da Barra.
Enquanto a deliberação acontecia e uma caminhada era feita pela tropa, o secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, concedia entrevista coletiva onde especulava o retorno da Força Nacional de Segurança para o Estado.
Na opinião do presidente da Associação dos Cabos e Soldados (ACS) de Alagoas, cabo Wagner Simas Filho, a declaração do secretário para a imprensa é mais um método do governo do Estado de confrontar a polícia contra a própria polícia. “Parabéns, senhor secretário, ao colocar mais uma vez a polícia contra a polícia ao convocar os militares da Força Nacional. O que o senhor deve fazer é valorizar a segurança pública de Alagoas e não a de fora”, criticou Simas, em frente à secretaria, durante a caminhada até o prédio da Assembleia Legislativa Estadual.
Também nesta terça-feira, foi divulgada uma pesquisa feita por um sociólogo de São Paulo em que coloca Alagoas no topo do ranking brasileiro no número de homicídios. O secretário Paulo Rubim se esquivou da responsabilidade e o presidente da ACS também fez comentários sobre este assunto. “Pesquisas e mais pesquisas vão ser divulgadas manchando com o Estado no quesito violência. A culpa é do Estado que se omite na estruturação da segurança pública. Por isso, secretário, peça para sair do cargo. Você não serve mais para estar nesta função”, bradou Simas.
O aquartelamento foi uma das propostas sugeridas pelo presidente da ACS durante a assembleia unificada. Mais de 800 militares indignados com a situação em que trabalham compareceram ao ato. Representantes do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), do movimento da Reserva Técnica da PM e do Corpo de Bombeiros e a imprensa também foram ao Clube dos Sargentos, nesta terça-feira.
Quando a paralisação ficou definida para o dia 7 de abril, data marcada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT/AL) para uma greve geral dos servidores públicos, foi deliberada ainda uma caminhada do local da assembleia até a sede do Legislativo Estadual. A intenção era apoiar o protesto dos servidores daquela Casa, que, segundo Simas, é “cheia de inimigos dos alagoanos”.
Além destes pontos, ficou acertado por todos a criação de um fundo de caixa para dar suporte aos representantes da categoria que vão a Brasília, no dia 6 de abril, pela aprovação das PECs 300 e 446. A contribuição ficou em R$ 6,50 para custear as despesas.
O vice-presidente do Sindpol/AL, Josimar Melo, demonstrou parceria com o movimento dos militares e avisou que o presidente da ACS não está sozinho nesta batalha. “Damos total apoio ao movimento e o Simas tem o nosso total apoio. Não está só nesta causa”, assegurou.
Os presidentes das associações da ativa e da reserva da PM e do Corpo de Bombeiros também marcaram presença na assembleia unificada.