sexta-feira, 22 de abril de 2011
Sistema prisional: como pular um muro de seis metros de altura?
Que juízo de valor você faria dos agentes penitenciários, se parentes de um detento qualquer dissessem numa emissora de TV ou de rádio que “não estão deixando entrar vassouras nem lençóis no presídio”? Leia a matéria e, se for o caso, reveja seus conceitos.
Na última segunda-feira (18), doze presos da Penitenciária Padrão (‘Máxima’) de Campina Grande quase fugiram do presídio, utilizando lençóis, cabos de vassoura e a fertilidade da mente ociosa de quem cumpre pena no Brasil.
O que deveria servir de cobertor se transformou numa corda grossa e forte – a chamada ‘tereza’. Já os cabos de vassoura, amarrados um ao outro [veja circulo na foto], foram usados para pendurar a ponta da corda no muro. Nessa ponta, havia um gancho de ferro, que foi retirado das camas dos presos.
Serraram as grades, correram para o muro, penduraram a ‘Tereza’ com a ajuda dos cabos de vassoura, subiram e... foram flagrados pelos agentes, que atiraram e evitaram a fuga.
Como evitar?
É simplesmente impossível impedir a utilização de lençóis e cabos de vassoura nos presídios. O sujeito que está preso não é obrigado a conviver com frio e sujeira em demasia.
Porém, é necessário que esses (e outros) materiais tenham um certo controle nas penitenciárias. Muitas vezes, os parentes dos presos querem levar vassouras e cobertores ‘ao bel prazer’, com a alegação de que os detentos não recebem essa atenção do governo.
Então, na primeira ‘barrada’ no presídio, recorrem à imprensa para dizer que “os agentes não estão deixando entrar nem lençóis para os presos”.
O episódio de segunda-feira mostrou que já entrou até demais.