domingo, 5 de setembro de 2010

Em Campina: Taxista vive o ciclo vicioso de se tratar drogados como “problema de polícia”

O taxista Aristides Ataíde Oliveira Filho, de 54 anos, é mais uma vítima da falta de políticas de combate às drogas neste país. Ele, que não é viciado, teve vários objetos roubados de sua casa pelo próprio filho, que, suspeita-se, é dominado pelo vício. 

Um talão de cheques, um aparelho de DVD e outros eletrodomésticos podem ter se transformado nas cinzas que resultam do crack ou da maconha, conforme os indícios do caso. O ‘suor’ do pai pelo ‘transe’ do filho.  

Por causa disso, seu Aristides teve que tomar uma das piores decisões de um homem na qualidade de pai: denunciar o filho à polícia.

Casos semelhantes acontecem todos os dias e em todas as classes sociais. A diferença é que, quando atinge famílias abastadas, a ‘doença’ é tratada numa boa clínica particular. O furto aos objetos de casa passa a se chamar “efeitos colaterais de substâncias químicas” e todos os eufemismos convergem para um final feliz. 

Mas se o drogado for descendente do povão, aí o caso já é problema de polícia. E esta, claro, é obrigada a fazer “o seu papel”, já que não existem políticas públicas de combate às drogas neste país.