COMANDO EXPULSA 26 E QUER MAIS CREDIBILIDADE NA POLÍCIA MILITAR
Coronel Araújo falou do desvio de conduta de policiais, inclusive, os envolvidos com política. “A polícia é política, mas não pode viver de politicagem”, afirmou.“Não toleramos mais desvios de conduta”. Foi assim que o comandante da Polícia Militar Rio Grande do Norte, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva começou sua entrevista no Jornal 96, da 96FM, na manhã desta terça-feira (21). Ele explicou que de abril até hoje, 26 policiais foram expulsos da corporação, o que trará mais credibilidade para a PM.
“Esses policiais foram submetidos ao devido processo legal, ao direto da defesa, e foram licenciados. Todos estavam envolvidos com crimes comuns e militares. Queremos uma Polícia Militar que tenha credibilidade e seja respeitada pela população. O policial errou, teve desvio de conduta, nós não toleramos e colocamos para fora”, declarou.
Destes policiais licenciados, o comandante informou que os crimes mais comuns atribuídos a eles estão homicídios, tráfico de drogas e extorsão. Ainda durante a entrevista, coronel Araújo Silva também falou sobre a política na polícia e sobre alguns incidentes envolvendo policiais, em virtude das eleições.
“É lamentável e nós enfrentamos com serenidade. São desvio de conduta e não expressam o pensamento da corporação e sim de integrantes, que pratica determinado fatos que muitas vezes denigre a imagem da instituição. O nosso posicionamento é de investigação imediata", ressaltou Araújo Silva.
Questionado pelo jornalista Diógenes Dantas até que ponto a política partidária atrapalha o funcionamento da Polícia Militar, o comandante respondeu: “se os comandantes de batalhões e companhias não se envolverem com política partidária, a polícia irá bem. A polícia é política, porque vivemos em um mundo político, mas não pode viver de politicagem. Se nós trabalharmos pensando na instituição, no bem da população, iremos bem”.
Coronel Araújo Silva comentou também a elaboração do novo Código de Ética da Polícia Militar que está sendo elaborado e será apresentado na Assembleia Legislativa para aprovação.
“O regulamento disciplinar da Polícia Militar é arcaico. Então, essa comissão está trabalhando em conjunto com o comando, reunindo-se todas as sextas-feiras no Quartel para discutir e reformar no regulamento disciplinar e ser adaptado a nossa realidade. Para isso estamos fazendo um ordenamento junto com as associações”, revela.
O comandante da PM chegou a citar o exemplo em que no atual regulamento, um policial que deseja casar precisaria pedir autorização ao Comando Geral. “Isso é uma coisa arcaica, fora de uso. Então, estamos adaptando a Constituição, sendo mais rigoroso e dentro do ordenamento jurídico do país”.