quarta-feira, 15 de setembro de 2010

DELEGADO MANOEL LUIZ LAMENTA ATITUDE DE PROMOTORA PROIBIR AUTORIDADES ARMADAS EM SEU GABINETE


O delegado regional da Polícia Civil Manoel Luíz concedeu entrevista à imprensa nesta terça-feira (14) e lamentou a postura da promotora de justiça do 1º Juizado Especial Criminal e da 65ª Zona Eleitoral da comarca de Patos, Joseane dos Santos Amaral, de impedir a entrada dele e mais 02 (duas) delegadas em reunião programada em seu gabinete armados.

A promotora e o superintendente haviam marcado a referida reunião com os delegados titulares que atuam em Patos e pautado diversos assuntos, dentre eles, o efetivo policial civil para atuar nas próximas eleições e principalmente assunto relacionado à TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrências). Aqueles que são considerados crimes de menor relevância.

De acordo com Manoel Luiz que esteve na sede do Ministério Público juntamente com uma comissão formada por mais 08 (oito) delegados, antes mesmo de se iniciar a reunião, a promotora avisou através de um oficial que “não trataria assunto com nós delegados, os que estivessem portando armas”. Porém a própria magistrada teria tomado a iniciativa de conversar com os demais que não aceitaram o argumento e se retiraram do local.

Manoel Luiz disse que com mais de 35 anos de polícia jamais passou por situação parecida. Pediu para que ela convocasse outra reunião por escrito, considerando o imprevisto para todos e eles voltariam desarmados. Segundo ele, com a irredutível decisão da magistrada, ele os demais decidiram por unanimidade deixar o local protestando assim a decisão.

Além da comunicação feita a Delegacia Geral da PC sobre a situação, o bacharel disse que também encaminhará o assunto ao Sindicato da Categoria, bem como a Secretaria de Segurança Pública do estado.

Procurada pela reportagem para falar sobre o problema a promotora Joseane dos Santos Amaral disse que apenas pediu aos que estivessem portando armas de fogo, que as entregassem para que fossem seguramente guardadas em um armário e as chaves seriam entregues aos delegados enquanto durasse a reunião.

Argumentou que não há a necessidade na hora de uma reunião autoridades judiciárias estarem portando armas na cintura, porém reconhece o direito de cada um sobre o porte legal para sua defesa pessoal.

Disse que possui porte legal de arma e nem tampouco a utiliza em seu gabinete. “Os senhores podem olhar as minhas gavetas e observarem que eu não estou com minha arma guardada aqui”, ponderou.

Ela não concedeu entrevista, mas recebeu gentilmente a imprensa em seu gabinete. Disse que lamenta o episódio, mas não abre mão de sua atitude e que esse consideravelmente não é um caso isolado.

Reconhece o descontentamento por parte de algumas autoridades por causa da atividade que exerce. Adiantou que essa reunião trataria, dentre outros assuntos, os TCOs que atualmente não vem sendo lavrados como prescreve a Lei, cujo resultado de cada um acaba atrapalhando as investigações.

A promotora adiantou ainda que por diversas comarcas que já atuou na Paraíba, Patos foi à primeira em que autoridades não concordaram com a iniciativa tomada por ela.

Disse que a arma de fogo na hora de uma reunião do tipo, é desnecessária e intimida, reconhecendo o lado emocional de cada indivíduo. E que fez apenas um pedido formal e não com excessos.