segunda-feira, 14 de junho de 2010

Quadrilha provoca blecaute e resgata 13 presos

"Existe uma escola de crime que acaba sendo patrocinada pelo próprio Estado dentro das prisões, criando soldados para o crime organizado. São presos condenados coabitando com presos temporários, o que não deveria acontecer de forma alguma". O desabafo da capitã PM Keydna Carneiro, diretora da Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto, a CPPL II, em Itaitinga, evidencia a fragilidade do Sistema Penitenciário do Estado, que sofreu mais um golpe ontem com o resgate de 13 presos daquela unidade prisional, na madrugada de ontem.

Por volta de 00h54, um blecaute foi provocado na CPPL II. O fato deixou às cegas os guardas das guaritas e os sete agentes penitenciários que cuidavam de um universo de 968 presos divididos em 25 mil metros quadrados. Trata-se de uma estrutura cheia de falhas, denunciadas pelas constantes fugas desde sua inauguração, em 1º de julho de 2009, pouco menos de um ano atrás.

Quase que simultaneamente ao blecaute, uma ´saraivada´ de tiros foi disparada - de fora para dentro - entre as guaritas um e oito, em direção ao alambrado, já que na unidade não existem muralhas. "Em menos de três minutos, duas celas foram abertas através dos pergolados, que são frágeis. Todos os fatos foram articulados, sincronizados, coisa do crime organizado mesmo", destacou a diretora.

Detalhes

Segundo a perita Sônia Silva, da Perícia Forense, que esteve ontem pela manhã examinando o local, o blecaute durou sete minutos. "Constatamos que foram serradas grades de proteção da área conhecida como ´brita´ e que a cerca elétrica foi escalada em três lugares".

Ainda de acordo com ela, cordas confeccionadas com lençóis - popularmente chamadas de ´teresas´, nos presídios - foram os instrumentos utilizados pelos presos, dentro das celas 5 e 22, que são vizinhas no Pavilhão B, para quebrarem as colunas de cimento no teto.