sexta-feira, 18 de junho de 2010

Impunidade de menores deixa polícia e sociedade indignadas em Patos

Um agente do Grupo Tático Especial da Polícia Civil de Patos, que pediu para não ser identificado, fez um desabafo nesta quinta-feira (17) a redação do Programa Cidade em Debate com relação à liberdade e a impunidade a que são submetidos os menores infratores, envolvidos com a deliquência. "Eles são presos durante as operações policiais e no dia seguinte são soltos e voltam para as ruas para a prática de novos delitos", reclamou ele.

O agente disse que um menor foi apreendido semana passada quatro vezes praticando delitos diversos. "Apreendemos ele furtando e foi liberado logo em seguida, pois a mãe veio a delegacia e assumiu a responsabilidade. No outro dia, ele foi pego de novo com arma de fogo na tentativa de matar um inimigo. Aconteceu a mesma coisa", disse.
De acordo com o agente, na mesma semana ele foi apreendido mais duas vezes, no mesmo dia, com drogas e praticados furtos. A atitude foi a mesma. "Levamos para delegacia pela manhã, a mãe dele compareceu e assumiu a responsabilidade, mas horas depois ele foi pego de novo".
Para o agente, o que vem dificultando também a transferência de menores para casa de menor infrator é o fato de Patos estar sem promotor na titularidade da vara da infância e juventude. "Não temos a quem recorrer".
O policial contou ainda que esses menores são acusados de assaltos, homicídios, roubos a residências e até tortura. Ele lembrou o caso de um cidadão que teve os objetos de sua residência roubados, depois que a casa foi arrombada.
"O cidadão vai até a delegacia depois que os acusados são apreendidos, faz o reconhecimento, mas de nada adianta. No dia seguinte, os delinquentes já estão na rua, prontos para novas investidas", reclamou ele. 
Na opinião do agente está havendo uma inversão de valores na sociedade: "o cidadão de bem tem que ficar preso dentro de casa e o bandido solto no meio da rua", desabafou.