O Grupo Tático Especial (GTE) através da Operação Porneía (nome grego para prostituição) desarticulou nesta segunda-feira (7), uma rede de prostituição de luxo existente há cerca de cinco anos e com alcance interestadual, sediada em Patos, município localizado no Sertão da Paraíba.
De acordo com informações oficiais, foram presos Alexandre Silva de Souza, mais conhecido como ‘Alexandre’; Lúcia Karla Leite Dias, mais conhecida como ‘Karla’; e, José Fernando.
Após um período de quatro meses de investigações, a operação especial foi realizada sob o comando do delegado Cristiano Araújo e com auxílio de agentes da Depol de Princesa Isabel e de homens da 5ª GRPC.
Ainda segundo as informações, a rede criminosa era agenciada por ‘Alexandre’ que exercia o papel de agenciador falando com os 'clientes' em potencial através do telefone. O homem negociava a garota, o preço e a indicação do local que seria utilizado para o encontro.
O ‘cafetão’, pelo papel de intermediador entre cliente e garotas, recebia em média 13 do valor do programa, que oscilava em decorrência da garota negociada e do local onde aconteceria o encontro.
O agenciador, também, negociava encontros para outras cidades da Paraíba e de outros Estados, como é o caso do Rio Grande do Norte.
De acordo com os policiais, para o grupo de criminosos, não existia limites para que o sexo fosse comercializado, ele poderia ser de forma itinerante e se dirigia para onde o ‘cliente’ se dispusesse pagar.
A identificação dos agenciadores foi possível através de investigações realizadas pela Polícia Judiciária que descobriu que o trio, Alexandre, Karla e José Fernando, com base de atuação no município de Patos, recrutava mulheres e as favoreciam no comércio do sexo, mediante um percentual de cerca de 30% do lucro no ‘programa’.
Ainda segundo as informações policiais, existe a suspeita de ligação entre os agenciadores, uma vez que algumas garotas trabalhavam para eles sem exclusividade, passando a se dedicar mais àquele que conseguisse o maior número de clientes para elas. Durante as investigações o nome de Alexandre apareceu como o do agenciador mais articulado.
Patos ‘paraíso sexual’
De acordo com a Polícia, os números que revelam o mercado do sexo em Patos já atingiram índices considerados altíssimos por especialistas. Tal fato fez com que o município se transformasse ao longo dos tempos em um importante trecho inserido na rota do turismo sexual do Nordeste, fazendo inclusive, com que mulheres de outras cidades e Estados, migrassem para o município sertanejo.
Funcionamento da rede de prostituição
Os ‘clientes’ ligavam para o agenciador, indicavam a ‘garota de programa’ que desejavam e após negociação do valor do 'serviço', marcavam um motel ou outro local para a realização do encontro.
As acompanhantes eram, em grande maioria, naturais da cidade de Patos, entretanto, foram identificadas outras de cidades diversas e Estados, a exemplo de Pernambuco e do Rio Grande do Norte.
Apenas na minoria dos casos, os pais tinham ciência da prática da prostituição por parte das filhas.
As garotas de programa
As garotas de programa identificadas no ‘acervo’ de Alexandre possuem perfil privilegiado. Grande parte é formada por universitárias e funcionárias do comércio local. Muitas delas migraram de João Pessoa, Campina Grande e outras cidades da Paraíba.
A Polícia informou que, quando em contato com clientes, Alexandre, sempre fazia questão de destacar que possuía grande diversidade de mulheres para oferecer: loiras, morenas, ruivas, etc.
Os clientes
O perfil da clientela dos agenciadores da rede de prostituição de luxo em Patos era formado por pessoas da classe média alta, como: empresários, comerciantes, servidores públicos e até políticos.
As prisões
Foram presos, em cumprimento à mandados de prisões preventivas, expedidos pela Justiça da 2ª Vara da Comarca de Patos, Bruno Alexandre Silva de Souza, o ‘Alexandre’, Lúcia Karla Leite Dias, mais conhecida como ‘Karla’ e José Fernando.
A polícia vinha investigando a rede de prostituição de luxo, há cerca de quatro meses, findando as investigações com as prisões dos suspeitos, que vão responder pelos crimes de favorecimento à prostituição e submeter adolescente à prostituição (art.228,DO CPB cc art.244-A DO ECA).
Ainda de acordo com as informações da Polícia, estima-se, que Alexandre, administre a rede de prostituição, há mais de cinco anos apenas na cidade Patos.
A Operação Porneía, foi a última Operação do GTEPatos, coordenada pelo Delegado Cristiano Araújo, que durante o período de sete meses à frente do Grupo, dentre os vários trabalhos realizados, teve como destaque as Operações: Beiral (tráfico de drogas), Morada do Sol (tráfico de drogas), Fachada (desvio de cargas), Ouro Branco (tráfico de drogas que resultou na única apreensão de cocaína do ano em Patos, até o momento), “Ad hoc” (araques), Terra Sem Lei (apreensão de armas) e a Porneía (favorecimento à prostituição).