O Ministério da Agricultura fechou a empresa Fortaleza Indústria e Comércio de Vinhos, na cidade de Patos, por ter fraudado 1 milhão de litros da bebida durante três anos, período em que foi investigada, em oito processos administrativos.
A matéria prima para a fabricação do vinho São João, era substituído por outras substâncias, como álcool.
Na operação de fechamento, ainda foram apreendidos e inutilizados 16 mil litros da bebida e aplicada multa de R$ 72 mil.
Segundo o fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Gecemar Cordeiro, as informações serão repassadas ao Ministério Público Federal e Polícia Federal para que os sócios da empresa sejam investigados criminalmente.
Outras duas empresas paraibanas de bebidas também estão sendo investigadas por apresentar irregularidades, de acordo com ele. Não foi informado há quanto tempo a fraude acontecia.
A interdição aconteceu na manhã da última quinta-feira. De acordo com Gecemar Cordeiro, o processo já foi transitado e julgado, o qual aconteceu em duas vertentes.
“Primeiro aconteceu a conferência documental entre a entrada de matéria-prima e a saída de produtos entre abril de 2005 e abril de 2008. Foi então verificada a subtração de 1 milhão de litros que deveriam estar no produto acabado, no produto final e não estava. Na segunda etapa, outras coletas sistemática de abril a novembro de 2008, com a análise do material, mostraram que o teor de vinho também nos outros produtos a base de vinho estava abaixo dos 50% exigidos”, explicou.
Os 16 mil litros de vinho inutilizados estavam armazenados a granel dentro de uma pipa e já haviam precipitado.
Os nomes dos sócios proprietários da empresa não foram revelados pelo Ministério da Agricultura, nem pela Polícia Federal.
A empresa recebia o vinho produzido no Rio Grande do Sul e realizava todo processo de manipulação e padronização em Patos.
Gecemar Cordeiro explicou que, além do açúcar que já é permitido nesse processo, e dos sucos de frutas adicionados na fabricação do coquetel, a análise verificou moléculas de álcool que não eram provenientes da uva, mas da cana-de-açúcar.
O processo foi defendido em 1ª e 2ª instâncias administrativas. Foi suspenso o registro do estabelecimento e a produção por 1 ano.
A empresa só poderá voltar a fabricar e vender seus produtos depois desse prazo e se já estiver em conformidade com as normas exigidas.