Polícia prende ex-diretor de presídio acusado de participação na morte de Marcelo em Patos
A Polícia Civil da 5ª Delegacia Regional de Patos prendeu nesta terça-feira, 15, o ex-diretor do Presídio Padrão Manoel Gomes da Silva, de Catolé do Rocha, Denis Pereira Januário. Ele é acusado de participação no homicídio contra o apenado Marcelo Batista Torres de Mesquita, conhecido como Marcelo Oliveira, morto no Presídio de Segurança Máxima Romero Nóbrega, em Patos.
O crime ocorreu no dia 07 de Outubro do ano passado após sua prisão no dia 04 do mesmo mês em Natal, Rio Grande do Norte, mediante um mandado de prisão expedido contra ele, quando deflagrada a Operação ‘Laços de Sangue', em 27 de Setembro. Ele foi recambiado para Patos em 06 de Outubro.
As investigações, de acordo com o delegado de Homicídios de Patos, Hugo Lucena Pereira, tiveram início com a morte de Marcelo Oliveira. "A partir de então, várias diligências foram realizadas, inclusive, produzidas muitas provas técnicas que levaram a prisão de quatro agentes penitenciários e do ex-diretor do Presídio de Patos, Estênio Dantas, ocorridas na Operação Hidra".
Na época da morte do apenado, Denis Pereira Januário e Estênio Dantas eram diretores dos Presídios de Catolé do Rocha e Patos, respectivamente. Na ocasião, o apenado morreu carbonizado. Segundo o delegado, Dênis participou de uma sessão de tortura da qual foi vítima Marcelo, que foi a óbito. Ele disse que a questão do incêndio ainda será analisada, em que, primeiramente, o ex-diretor de Catolé será interrogado para averiguação de sua participação no incêndio.
Para o delegado de homicídios, o incêndio ocorrido no dia da morte do apenado foi uma farsa montada para tentar disfarçar o que realmente ocorreu.
Quem planejou e quanto custou o homicídio de Marcelo, o delegado disse que esta é uma informação que não pode ser prestada no momento, mas, deu a certeza de que os diretores são os ‘cabeças' do crime.
Ainda de acordo com Lucena, na hora do suposto incêndio, Oliveira já estava morto. "Os vestígios no corpo dele ficaram impossibilitados de serem detectados devido à carbonização, tendo em vista que esse era o objetivo, mas a cena do crime foi montada e já está plenamente esclarecido pela prova técnica", declarou.
A morte de Marcelo ainda está ligada com os crimes ocorridos entre as famílias Oliveira e Suassuna, de Catolé do Rocha, motivada por rixa familiar que já dura mais de trinta anos e que já causou 100 mortes.
O delegado Hugo Lucena disse que as investigações com relação à morte de Marcelo ainda continuam. "Caso surjam novos nomes, novas prisões ocorrerão", garantiu.
Conclusão
Para Hugo, a Operação Laços de Sangue encontra-se concluída e agora está em fase de julgamento. Ele afirmou que esta morte que culminou na prisão do diretor do Presídio de Catolé é um desdobramento da Operação Laços de Sangue. "Isso é fato e todos sabem que naquelas famílias sempre matam de um lado e do outro".
No dia 12 de Abril ocorreu a primeira audiência da Operação no Fórum Miguel Sátyro em Patos. Na oportunidade, mais de 20 pessoas da defesa e acusação iriam depor no Tribunal do Júri, mas, apenas cinco testemunhas foram ouvidas. Novas audiências serão marcadas para serem ouvidas as 16 testemunhas de defesa.
Prisão de Marcelo Oliveira
Marcelo Batista Torres de Mesquita, conhecido como Marcelo Oliveira, foi preso por conta da morte de Aldo Suassuna ocorrida no dia 25 de Junho de 2011, em Patos.
O ex-diretor do Presídio Padrão de Catolé do Rocha, Denis Pereira Januário, será levado para o PB1, em João Pessoa, onde será encarcerado com os agentes penitenciários que já foram presos.
Fonte: Hora Exata.com
Ex-Diretor do Presidio de Catolé Denis Pereira